domingo, 23 de janeiro de 2011
Outro grito maior que a vida
What happens when you bring the worlds of jazz and Monteverdi together? Is there a musical meeting-point where the two can exist? Claudio Cavina clearly has been believing in this possibility for some time (witness some very “modern” moments in his recent Glossa recordings of the Scherzi musicali and L’incoronazione di Poppea).
Yet this is not La Venexiana playing jazz: Cavina and his musicians do not change a note of the original scores. Instead they bring all their experience and expertise of playing Monteverdi’s madrigals, sacred music (the 1610 Vespers being their current performing focus) and operas to bear on a group of “ ballads” from the 17th century, but in the company of a select quartet of improvising jazz musicians on saxophone, accordion, double bass and drums and all with the warm, soaring story-telling vocal tones of Roberta Mameli shining through as the protagonist.
The clue lies in the album’s title, with the musicians tipping their hats and paying hommage to jazz standards. And Cavina says that within Monteverdi ’s music, “there is something modern, something new and innovatory which encourages one to dare, to go further.” Listen to the results...
Grito 46
Não, não é Cansaço...
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
E um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...
Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.
(Ai, cegos que cantam na rua,
Que formidável realejo
Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!)
Porque oiço, vejo.
Confesso: é cansaço!...
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
E um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...
Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.
(Ai, cegos que cantam na rua,
Que formidável realejo
Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!)
Porque oiço, vejo.
Confesso: é cansaço!...
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Um grito em forma de livro: O livro da consciência, António Damásio
Neste seu novo trabalho, António Damásio desmistifica a ideia de que a consciência é algo separado do corpo e apresenta novas evidências científicas de que espantosa consciência que é, na verdade, um processo biológico criado pelo cérebro.
Além das três perspectivas tradicionais usadas para estudar a mente ( pessoal, comportamental e neurológica ), Damásio introduz a evolucionista , que implica uma mudança radical na forma como a história da mente consciente é vista e falada.
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