quarta-feira, 31 de agosto de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Um grito de revolta: A 19 de Agosto de 1936 Garcia de Lorca foi assassinado junto a Granada.
Federico Garcia de Lorca
Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
domingo, 14 de agosto de 2011
Grito 56
Amor
Amor, amor, amor, como não amam
os que de amor o amor de amar não sabem,
como não amam se de amor não pensam
os que de amar o amor de amar não gozam.
Amor, amor, nenhum amor, nenhum
em vez do sempre amar que o gesto prende
o olhar ao corpo que perpassa amante
e não será de amor se outro não for
que novamente passe como amor que é novo.
Não se ama o que se tem nem se deseja
o que não temos nesse amor que amamos,
mas só amamos quando amamos o acto
em que de amor o amor de amar se cumpre.
Amor, amor, nem antes, nem depois,
amor que não possui, amor que não se dá,
amor que dura apenas sem palavras tudo
o que no sexo é sexo só por si amado.
Amor de amor de amar de amor tranquilamente
o oleoso repetir das carnes que se roçam
até ao instante em que paradas tremem
de ansioso terminar o amor que recomeça.
Amor, amor, amor, como não amam
os que de amar o amor de amar o amor não amam.
Jorge de Sena, Peregrinatio ad loca infecta (1969)
Amor, amor, amor, como não amam
os que de amor o amor de amar não sabem,
como não amam se de amor não pensam
os que de amar o amor de amar não gozam.
Amor, amor, nenhum amor, nenhum
em vez do sempre amar que o gesto prende
o olhar ao corpo que perpassa amante
e não será de amor se outro não for
que novamente passe como amor que é novo.
Não se ama o que se tem nem se deseja
o que não temos nesse amor que amamos,
mas só amamos quando amamos o acto
em que de amor o amor de amar se cumpre.
Amor, amor, nem antes, nem depois,
amor que não possui, amor que não se dá,
amor que dura apenas sem palavras tudo
o que no sexo é sexo só por si amado.
Amor de amor de amar de amor tranquilamente
o oleoso repetir das carnes que se roçam
até ao instante em que paradas tremem
de ansioso terminar o amor que recomeça.
Amor, amor, amor, como não amam
os que de amar o amor de amar o amor não amam.
Jorge de Sena, Peregrinatio ad loca infecta (1969)
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Um grito a dois: Jorge Pinheiro
Nasceu em Coimbra. Diplomado em pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde exerceu funções de professor até 1975, data em que se mudou para Lisboa. Fez parte do grupo “Os Quatro Vintes” fundado em 1968, com Angelo de Sousa, Armando Alves e José Rodrigues. Em 1957 realizou a sua primeira exposição individual, seguindo-se uma série de intervenções de que se destacam as organizadas por aquele grupo entre 1968 e 1971.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Um grito em forma de livro: Hoje preferia não me ter encontrado, Herta Müller
Na viagem de eléctrico que a leva às instalações da Polícia Secreta, hora marcada, dez em ponto, a jovem narradora vê a sua vida passada em revista: a infância na cidade de província, a fixação semierótica no pai, a deportação dos avós, o casamento ingénuo com o filho do «comunista perfumado», a felicidade precária que vive com Paul, apesar do fardo que a bebida impõe ao amor que ela lhe dedica.
Quase chegada ao destino, levanta-se de repente uma altercação no carro eléctrico que leva o guarda-freio a saltar precisamente a paragem em que devia sair. Vê-se numa rua desconhecida, onde descobre Paul com um velho de aspecto suspeito. Decide então não comparecer ao interrogatório.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Um grito apenas: Carly Simon
Nobody does it better
Makes me feel sad for the rest
Nobody does it half as good as you
Baby, you're the best
I wasn't lookin' but somehow you found me
It tried to hide from your love light
But like heaven above me
The spy who loved me
Is keepin' all my secrets safe tonight
And nobody does it better
Though sometimes I wish someone could
Nobody does it quite the way you do
Why'd you have to be so good?
The way that you hold me
Whenever you hold me
There's some kind of magic inside you
That keeps me from runnin'
But just keep it comin'
How'd you learn to do the things you do?
Oh, and nobody does it better
Makes me feel sad for the rest
Nobody does it half as good as you
Baby, baby, darlin', you're the best
Baby you're the best
Darlin', you're the best
Baby you're the best
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Grito 55
it's all right, ma...
Está tudo bem, mãe,
estou só a esvair-me em sangue,
o sangue vai e vem,
tenho muito sangue.
Não tenho é paciência,
nem tempo que baste
(nem espaço, deixaste-me
pouco espaço para tanta existência).
Lembranças a menos
faziam-me bem,
e esquecimento também
e sangue e água a menos.
Teria cicatrizado
a ferida do lado,
e eu ressuscitado
pelo lado de dentro.
Que é o lado
por onde estou pregado,
sem mandamento
e sem sofrimento.
Nas tuas mãos
entrego o meu espírito,
seja feita a tua vontade,
e por aí adiante.
Que não se perturbe
nem intimide
o teu coração,
estou só a morrer em vão.
Manuel António Pina
Está tudo bem, mãe,
estou só a esvair-me em sangue,
o sangue vai e vem,
tenho muito sangue.
Não tenho é paciência,
nem tempo que baste
(nem espaço, deixaste-me
pouco espaço para tanta existência).
Lembranças a menos
faziam-me bem,
e esquecimento também
e sangue e água a menos.
Teria cicatrizado
a ferida do lado,
e eu ressuscitado
pelo lado de dentro.
Que é o lado
por onde estou pregado,
sem mandamento
e sem sofrimento.
Nas tuas mãos
entrego o meu espírito,
seja feita a tua vontade,
e por aí adiante.
Que não se perturbe
nem intimide
o teu coração,
estou só a morrer em vão.
Manuel António Pina
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Um grito a dois: Canaletto
Canaletto is known as one of the most famous artists in Venice, that became for his innovative landscapes. What made him being so popular in this field is his printmaking in etching. He was born in Venice, on 28th of October in 1697. His parents were Bernardo and Artemisia Barbieri. He started his career as a theatrical scene painter, which has been one of the things that such talent artists have done at 17th century in Venice.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Novo grito contra o esquecimento: Museu Judaico de Berlim, de Daniel Libeskind
O Museu Judaico de Berlim (Jüdisches Museum Berlin) é um museu situado em Berlim e que cobre a história dos judeus alemães ao longo de dois milénios. Este museu foi fundado no ano de 1933 em Oranienburger Straße (Berlim) e foi encerrado em 1938 pelo Regime nazi. Daniel Libeskind desenhou um novo edifício para o novo museu que abriu as suas portas em 2001.
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