domingo, 29 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Boris Vian
Canção de Charme
Querida vem junto de mim
Esta noite quero cantar
Uma canção para ti
Uma canção sem lágrimas
Uma canção ligeira
Uma canção de charme
O charme das manhãs
Envolvidas em bruma
Em que valsam coelhos
O charme dos pântanos
Onde alegres crianças louras
Pescam crocodilos
O charme dos prados
Que se ceifam no Verão
Para podermos rebolar-nos
O charme das colheres
Que rapam os pratos
E a sopa de olhos claros
O charme do ovo cozido
Que permitiu a Colombo
O truque mais luzido
O charme das virtudes
Que dão ao pecado
O gosto do proibido
Podia ter-te cantado
Uma canção de carvalho
De ulmeiro ou de choupo
Uma canção de plátano
Uma canção de teca
De rimas mais duráveis
Mas sem ruído nem alarme
Preferi experimentar
Esta canção de charme
Charme do velho notário
Que no estúdio austero
Denuncia o falsário
Ou o charme da chuva
Escorrendo gotas de ouro
Sobre o cobre do leito
Charme do teu coração
Que vejo junto ao meu
Quando penso no bem-estar
Ou o charme dos sóis
Que giram sempre em volta
De horizontes vermelhos
E o charme dos dias
Apagados da nossa vida
Pela goma das noites
Esta noite quero cantar
Uma canção para ti
Uma canção sem lágrimas
Uma canção ligeira
Uma canção de charme
O charme das manhãs
Envolvidas em bruma
Em que valsam coelhos
O charme dos pântanos
Onde alegres crianças louras
Pescam crocodilos
O charme dos prados
Que se ceifam no Verão
Para podermos rebolar-nos
O charme das colheres
Que rapam os pratos
E a sopa de olhos claros
O charme do ovo cozido
Que permitiu a Colombo
O truque mais luzido
O charme das virtudes
Que dão ao pecado
O gosto do proibido
Podia ter-te cantado
Uma canção de carvalho
De ulmeiro ou de choupo
Uma canção de plátano
Uma canção de teca
De rimas mais duráveis
Mas sem ruído nem alarme
Preferi experimentar
Esta canção de charme
Charme do velho notário
Que no estúdio austero
Denuncia o falsário
Ou o charme da chuva
Escorrendo gotas de ouro
Sobre o cobre do leito
Charme do teu coração
Que vejo junto ao meu
Quando penso no bem-estar
Ou o charme dos sóis
Que giram sempre em volta
De horizontes vermelhos
E o charme dos dias
Apagados da nossa vida
Pela goma das noites
Boris Vian, in "Canções e Poemas"
Tradução de Irene Freire Nunes / Fernando Cabral Martins
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Valter Hugo Mãe
o homem que já não sou
não me olhes agora que estou
mais velho e não correspondo em
nada ao homem que
amaste, procura encarar a tristeza
sem me incluíres, seria demasiado
cruel que me usasses para a
dor. para ti
quis trazer as coisas mais belas
e em tudo o que fiz pus o
cuidado meticuloso de quem
ama. não me obrigues a cortar os
pulsos quando fores num minuto ao
jardim com o cão
esta noite, sem notares, sustive a
respiração e quase morri. não deste
por nada. julgaste que voltei a
ressonar e até terás esboçado um
sorriso. e se eu pudesse morrer
enquanto sorris, pergunto
deixo para depois, ou talvez
desista. mas não pode ser se
tu me olhares em busca de tudo o que
já não existe. não pode ser, levo a
faca maior para debaixo do meu
travesseiro, juro-te que me
mato se continuares assim
valter hugo mãe, in 'contabilidade'
não me olhes agora que estou
mais velho e não correspondo em
nada ao homem que
amaste, procura encarar a tristeza
sem me incluíres, seria demasiado
cruel que me usasses para a
dor. para ti
quis trazer as coisas mais belas
e em tudo o que fiz pus o
cuidado meticuloso de quem
ama. não me obrigues a cortar os
pulsos quando fores num minuto ao
jardim com o cão
esta noite, sem notares, sustive a
respiração e quase morri. não deste
por nada. julgaste que voltei a
ressonar e até terás esboçado um
sorriso. e se eu pudesse morrer
enquanto sorris, pergunto
deixo para depois, ou talvez
desista. mas não pode ser se
tu me olhares em busca de tudo o que
já não existe. não pode ser, levo a
faca maior para debaixo do meu
travesseiro, juro-te que me
mato se continuares assim
valter hugo mãe, in 'contabilidade'
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Fernando Echevarría
Qualquer Coisa de Paz
Qualquer coisa de paz. Talvez somente
a maneira de a luz a concentrar
no volume, que a deixa, inteira, assente
na gravidade interior de estar.
Qualquer coisa de paz. Ou, simplesmente,
uma ausência de si, quase lunar,
que iluminasse o peso. E a corrente
de estar por dentro do peso a gravitar.
Ou planalto de vento. Milenária
semeadura de meditação
expondo à intempérie a sua área
de esquecimento. Aonde a solidão,
a pesar sobre si, quase que arruína
a luz da fronte onde a atenção domina.
Qualquer coisa de paz. Talvez somente
a maneira de a luz a concentrar
no volume, que a deixa, inteira, assente
na gravidade interior de estar.
Qualquer coisa de paz. Ou, simplesmente,
uma ausência de si, quase lunar,
que iluminasse o peso. E a corrente
de estar por dentro do peso a gravitar.
Ou planalto de vento. Milenária
semeadura de meditação
expondo à intempérie a sua área
de esquecimento. Aonde a solidão,
a pesar sobre si, quase que arruína
a luz da fronte onde a atenção domina.
Fernando Echevarría, in "Figuras"
terça-feira, 17 de setembro de 2013
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
terça-feira, 10 de setembro de 2013
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Come as you are
Come
As you are
As you were
As I want you to be
As a friend
As a friend
As an old enemy
Take your time
Hurry up
The choice is your
Don't be late
Take a rest
As a friend
As an old memoria
Memoria
Memoria
Memoria
Come
Dowsed in mud
Soaked in bleach
As I want you to be
As a trend
As a friend
As an old memoria
Memoria
Memoria
Memoria
And I swear
That I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun
Memoria
Memoria
Memoria {don't have a gun}
And I swear
That I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun
No I don't have a gun
Memoria
Memoria
terça-feira, 3 de setembro de 2013
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