
O medo cresce lentamente, sentimo-lo invadir-nos, corroer-nos, como se fosse um novo e estranho frenezim. O Medo de Al Berto cresceu assim. Revela-se no confessionalismo e na sensualidade de um corpo excessivo, das palavras que gritam o sufoco embriagado de uma juventude febril, num tempo de sentir tudo. As histórias de um viandante sem rumo, errante nas noites plenas de rituais de iniciação porque “é imprevista a melodia das paixões”. Depois, vem o tempo do desencanto, do corpo cansado, das memórias da terra e da madurez. Tempo de lágrimas escorridas. Quando, no fim, reaparece a solidão e o medo, voltamos a perceber que “escrita é a minha primeira morada de silêncio”.
Sem comentários:
Enviar um comentário