segunda-feira, 29 de março de 2010
Um grito em forma de livro: A paixão segundo G.H., Clarice Lispector
A Paixão Segundo G.H. é um livro da escritora Clarice Lispector, o enredo trata de uma mulher identificada apenas pelas iniciais G.H., que depois de despedir a empregada e tentar limpar o quarto desta, que ela supõe imundo e repleto de inutilidades. Após recuperar-se da frustração de ter um quarto limpo e arrumado, G. H. depara-se com uma barata na porta do armário, e relata a perda da individualidade após ter esmagado a barata. Esta visão provoca-lhe uma náusea impressionante. O nojo pelo insecto desafia-a assustadoramente: é preciso que ela se aproxime da barata, que toque na barata, e até que prove o sabor da barata. Para regressar ao seu estado de um ser primitivo, selvagem e por isso mais feliz. A partir de então desencadeia-se o livro, com revelações sobre um personagem imerso na sua rotina e afazeres diários. O personagem G. H. lança um novo olhar sobre si mesmo, sobre as suas angústias, paixões e desapegos.
Um grito na vida: Ingmar Bergman
Ingmar Bergman's FACE TO FACE is a psychodrama featuring family strife, childhood trauma, and psychotherapy--all plot elements that recur consistently throughout the Swedish filmmaker's latter works. Liv Ullmann plays Dr. Jenny Isaksson, a successful psychiatrist who visits her grandparents (Aino Taube-Henrikson and Gunnar Björnstrand) while her husband, Erik, and their daughter are away on vacation. Hoping for a brief respite and a chance to recuperate, she instead finds herself transported back to her childhood, and unhappy memories, nightmares, and hallucinations threaten to overwhelm her. She breaks down after an adulterous encounter with another man (Erland Josephson) and realizes she is losing her mind. After a botched suicide attempt, Isaksson is hospitalized and decides to reconsider her situation. Female characters are central to most of the films of Bergman's mature phase, and this picture represents yet another study of a woman's harrowing personal struggle, rendered onscreen via Bergman's characteristic close-ups and cinematographer Sven Nykvist's highly expressive photography. Ullmann's strong performance in what has been called one of the lesser Bergman films of the 1970s is riveting and engrossing throughout and at the time of the film's release prompted some to refer to her as the greatest film actress of the day
domingo, 28 de março de 2010
segunda-feira, 15 de março de 2010
Grito 29
Ódio
Odeio-me profundamente por te amar assim desta forma infantil, dependente, como se fosse morrer se me deixasses, como se o meu mundo fosse acabar se nos separássemos, como se só a tua existência pudesse justificar a minha, como uma triste infeliz. Odeio-me nestes momentos e eles são muitos. Imagino a quantidade de explicações objectivas e subjectivas para este meu sentir, mas nada disso me interessa. Apenas esta obsessão e o medo de te perder me paralisam. Neste momentos, nada me interessa. Faço o que for preciso para garantir que a nossa horrível vida em conjunto (se nós somos um conjunto? Não, não somos…) se perpetue até ao dia em que eu consiga acordar outra. Engano-me assim: que um dia vou ser outra pessoa, mais forte e corajosa, mais decidida, mais intolerante à tua intolerável pessoa, vou acordar assim, vencedora e vou-te esquecer tanto e tirar tanto de dentro de mim, que chegarei a duvidar se alguma vez realmente exististe. E vou rir-me do meu sofrimento passado e sentir-me moralmente superior a todos aqueles que sofrem desta doença da qual ainda sofro, mas da qual deixarei de sofrer, um dia.
O ódio que sinto por mim própria, vem de ti. Do ódio que me tens e aos meus, da raiva, da inveja, de todos esses sentimentos mesquinhos, mas que alimentas na ilusão de que te engrandecem. O teu ódio colou-se-me à pele, não sei se para me proteger, ou para me destruir. Sei que desde que comecei a odiar-te parece-me mais difícil deixar-te. Como se o sentimento “ódio” fosse mais forte do que o “amor”. E, quem sabe, não é? A sensação que tenho é a de que primeiro se colou aos pulmões, porque tenho dificuldade em respirar e dói-me o peito e as costas e quando te vejo esses sintomas pioram; depois agarrou-se a todas as minhas articulações, pois cada passo que dou em direcção a ti provoca-me uma dor que se crava na carne e que piora a cada passo que dou para longe de ti. Penso que este ódio está a começar a envolver o último músculo, o coração, que bate de forma desordenada, ora muito rápido ora muito lento ora alternando entre rápido e lento e às vezes chega a quase parar, mas não pára. Tenho, para mim, que ele vai esperar estar completamente contaminado pelo teu ódio para que este se possa, finalmente, virar contra ti. Este meu pequeno músculo foi destroçado, espezinhado, calcado, ignorado, gozado, vezes sem conta e isso parece-se com a vida: é assim. Mas nunca tinha sido odiado, nem tomado de assalto por esse sentimento tão poderoso, contagiante e destrutivo. Às vezes ainda o sinto triste. Não se chega ao ódio sem a mágoa, a dor, a humilhação, o desprezo e um ódio maior para o qual não tenho nome. E nessas alturas dobro-me sobre mim, como que para o proteger, para o acalmar, embalar. Mas tu existes e ele vive permanentemente alerta em relação à tua pessoa. Existes, és a fonte do seu sofrimento e do seu mal e ele gostaria de poder aniquilar-te por dentro e por fora. Eu tenho a mesma esperança e sou solidária com ele.
Odeio-me profundamente por te amar assim desta forma infantil, dependente, como se fosse morrer se me deixasses, como se o meu mundo fosse acabar se nos separássemos, como se só a tua existência pudesse justificar a minha, como uma triste infeliz. Odeio-me nestes momentos e eles são muitos. Imagino a quantidade de explicações objectivas e subjectivas para este meu sentir, mas nada disso me interessa. Apenas esta obsessão e o medo de te perder me paralisam. Neste momentos, nada me interessa. Faço o que for preciso para garantir que a nossa horrível vida em conjunto (se nós somos um conjunto? Não, não somos…) se perpetue até ao dia em que eu consiga acordar outra. Engano-me assim: que um dia vou ser outra pessoa, mais forte e corajosa, mais decidida, mais intolerante à tua intolerável pessoa, vou acordar assim, vencedora e vou-te esquecer tanto e tirar tanto de dentro de mim, que chegarei a duvidar se alguma vez realmente exististe. E vou rir-me do meu sofrimento passado e sentir-me moralmente superior a todos aqueles que sofrem desta doença da qual ainda sofro, mas da qual deixarei de sofrer, um dia.
O ódio que sinto por mim própria, vem de ti. Do ódio que me tens e aos meus, da raiva, da inveja, de todos esses sentimentos mesquinhos, mas que alimentas na ilusão de que te engrandecem. O teu ódio colou-se-me à pele, não sei se para me proteger, ou para me destruir. Sei que desde que comecei a odiar-te parece-me mais difícil deixar-te. Como se o sentimento “ódio” fosse mais forte do que o “amor”. E, quem sabe, não é? A sensação que tenho é a de que primeiro se colou aos pulmões, porque tenho dificuldade em respirar e dói-me o peito e as costas e quando te vejo esses sintomas pioram; depois agarrou-se a todas as minhas articulações, pois cada passo que dou em direcção a ti provoca-me uma dor que se crava na carne e que piora a cada passo que dou para longe de ti. Penso que este ódio está a começar a envolver o último músculo, o coração, que bate de forma desordenada, ora muito rápido ora muito lento ora alternando entre rápido e lento e às vezes chega a quase parar, mas não pára. Tenho, para mim, que ele vai esperar estar completamente contaminado pelo teu ódio para que este se possa, finalmente, virar contra ti. Este meu pequeno músculo foi destroçado, espezinhado, calcado, ignorado, gozado, vezes sem conta e isso parece-se com a vida: é assim. Mas nunca tinha sido odiado, nem tomado de assalto por esse sentimento tão poderoso, contagiante e destrutivo. Às vezes ainda o sinto triste. Não se chega ao ódio sem a mágoa, a dor, a humilhação, o desprezo e um ódio maior para o qual não tenho nome. E nessas alturas dobro-me sobre mim, como que para o proteger, para o acalmar, embalar. Mas tu existes e ele vive permanentemente alerta em relação à tua pessoa. Existes, és a fonte do seu sofrimento e do seu mal e ele gostaria de poder aniquilar-te por dentro e por fora. Eu tenho a mesma esperança e sou solidária com ele.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Um grito na vida: Kathryn Bigelow
Durante a Guerra do Iraque, um novo sargento, James, assume o comando de uma equipa altamente treinada em desmantelamento de bombas. No meio de conflitos violentos, ele surpreende os seus dois subordinados, Sanborn e Eldridge, ao mergulhá-los sem prudência num jogo mortal de combate urbano. James comporta-se como se fosse indiferente à morte e à medida que os homens lutam para controlar o seu novo líder, a cidade explode num absoluto caos, e James revela a sua verdadeira personalidade de uma forma que irá para sempre mudar estes homens.
domingo, 7 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Grito 28
Humilhação
Está sentada numa sala de espera de um hospital central. Tapa o ouvido esquerdo com a mão esquerda, cheia de sangue. Presume-se que esteja ferida naquele sítio. Tem uma expressão fechada, distante e cansada. Chamam-na na vez dela, muito tempo depois de ali ter chegado, e perguntam-lhe o que aconteceu. Apenas diz que lhe deram um estalo com força ou mau jeito. É encaminhada para a especialidade de otorrino onde o médico sentencia que o tímpano está furado e que é isso que provoca o sangramento. Ela fica um pouco aliviada. O médico pergunta-lhe quem lhe fez aquilo, ao que responde “ninguém”. Ignorando a resposta dada, o médico pergunta se ela quer apresentar queixa à polícia que está à porta do hospital e que está ali para esses casos. Ela olha o médico nos olhos e responde “não”, firmemente. Depois de algumas recomendações fica livre para ir embora.
Quando sai do hospital não sabe o que fazer, para onde ir, a quem telefonar, a dizer o quê, para quê. Quem lhe bateu não queria furar-lhe o tímpano, acredita ela. Mas queria bater-lhe e bateu-lhe com força sabendo que isso poderia ter consequências. O que a magoa é que lhe tenham batido. Que lhe tenha batido quem lhe bateu, pela razão que lhe bateu e, só por fim, lhe diz alguma coisa a forma como lhe bateu. Ela acha que não tem espírito de vítima e por isso não se vai queixar a ninguém. Mas sabe que este silêncio protege quem bate, o agressor, o que de pior existe na pessoa que lhe bateu. Sabe que essa pessoa é doente, mas só ela sabe isso e este conhecimento solitário continua a ser protector de quem agride e maltrata os outros.
Enquanto anda a pé pela rua e sente aquela dor no ouvido que se espalha pela cabeça, vai pensando no que pode levar uma pessoa a manter contacto com alguém como aquela pessoa que a agrediu. Essa pessoa é o que é, é como é, não mudará. Sobre isso não tem quaisquer dúvidas ou esperanças. E, por isso mesmo, porquê? Será que gosta que lhe batam? Gostará da sua infelicidade? Não é tão invulgar assim: muitas pessoas cultivam a infelicidade como forma de estar na vida. Acarinhará a sua infelicidade porque é a sua certeza, a única certeza e as certezas podem funcionar como segurança? Não tem respostas. Cada pergunta traz outra agarrada. E no entanto, o único lugar onde lhe apetecia estar naquele momento era, precisamente, junto de quem a agrediu. Estaria triste, infeliz, cansada. Mas era lá que queria estar.
Continuou a andar pela cidade, sem rumo, falando consigo própria, evitando dramatizar, branqueando um pouco o acontecimento. Se fizesse este percurso interior durante muito tempo, talvez até chegasse à conclusão de que merecia que lhe tivessem batido. Já não recorda com clareza como é que as coisas se passaram. Sabe que estavam a discutir e quando discutiam tudo podia acontecer. Talvez ela tenha agredido primeiro a outra pessoa, já não se lembra. Mas mesmo que o tenha feito, sabe que não o poderia ter feito de forma a magoá-la, pois não tem força suficiente para o efeito. Claro que no meio de uma discussão, as agressões (verbais ou não) não são simétricas. São o que vem à cabeça. E ela sabia como desesperar qualquer pessoa. Tinha um poder de argumentação demolidor e, os outros, quando já não sabiam o que responder e estavam já exasperados, podiam fazer qualquer coisa, como bater, agredir fisicamente, às vezes mata-se nessas circunstâncias. Ela crê que as pessoas se arrependem do que fazem. Se ela se arrepende de ter discutido, como não hão-de os outros arrepender-se de magoar alguém que supostamente amam?
Continuou a andar, encaminhando-se para onde queria estar. Tocou à campainha e teve muito medo que não lhe abrissem a porta. Não saberia o que fazer se não lhe abrissem aquela porta, porque era ali que queria entrar. Demoraram muito tempo a abrir a porta. Ela fartou-se de tocar e, por fim, lá abriram a porta e ela entrou. A medo. Mas entrou. Trazia na mão o lenço com que tinha tapado o ouvido para evitar que o sangue lhe sujasse a roupa. O lenço estava cheio de sangue seco. Ela aproximou-se da pessoa que lhe tinha batido, pegou-lhe na mão direita, colocou-lhe o lenço dentro dela, fechou-lhe a mão e disse: “desculpa”. E o dia prosseguiu como se nada daquilo tivesse acontecido.
Está sentada numa sala de espera de um hospital central. Tapa o ouvido esquerdo com a mão esquerda, cheia de sangue. Presume-se que esteja ferida naquele sítio. Tem uma expressão fechada, distante e cansada. Chamam-na na vez dela, muito tempo depois de ali ter chegado, e perguntam-lhe o que aconteceu. Apenas diz que lhe deram um estalo com força ou mau jeito. É encaminhada para a especialidade de otorrino onde o médico sentencia que o tímpano está furado e que é isso que provoca o sangramento. Ela fica um pouco aliviada. O médico pergunta-lhe quem lhe fez aquilo, ao que responde “ninguém”. Ignorando a resposta dada, o médico pergunta se ela quer apresentar queixa à polícia que está à porta do hospital e que está ali para esses casos. Ela olha o médico nos olhos e responde “não”, firmemente. Depois de algumas recomendações fica livre para ir embora.
Quando sai do hospital não sabe o que fazer, para onde ir, a quem telefonar, a dizer o quê, para quê. Quem lhe bateu não queria furar-lhe o tímpano, acredita ela. Mas queria bater-lhe e bateu-lhe com força sabendo que isso poderia ter consequências. O que a magoa é que lhe tenham batido. Que lhe tenha batido quem lhe bateu, pela razão que lhe bateu e, só por fim, lhe diz alguma coisa a forma como lhe bateu. Ela acha que não tem espírito de vítima e por isso não se vai queixar a ninguém. Mas sabe que este silêncio protege quem bate, o agressor, o que de pior existe na pessoa que lhe bateu. Sabe que essa pessoa é doente, mas só ela sabe isso e este conhecimento solitário continua a ser protector de quem agride e maltrata os outros.
Enquanto anda a pé pela rua e sente aquela dor no ouvido que se espalha pela cabeça, vai pensando no que pode levar uma pessoa a manter contacto com alguém como aquela pessoa que a agrediu. Essa pessoa é o que é, é como é, não mudará. Sobre isso não tem quaisquer dúvidas ou esperanças. E, por isso mesmo, porquê? Será que gosta que lhe batam? Gostará da sua infelicidade? Não é tão invulgar assim: muitas pessoas cultivam a infelicidade como forma de estar na vida. Acarinhará a sua infelicidade porque é a sua certeza, a única certeza e as certezas podem funcionar como segurança? Não tem respostas. Cada pergunta traz outra agarrada. E no entanto, o único lugar onde lhe apetecia estar naquele momento era, precisamente, junto de quem a agrediu. Estaria triste, infeliz, cansada. Mas era lá que queria estar.
Continuou a andar pela cidade, sem rumo, falando consigo própria, evitando dramatizar, branqueando um pouco o acontecimento. Se fizesse este percurso interior durante muito tempo, talvez até chegasse à conclusão de que merecia que lhe tivessem batido. Já não recorda com clareza como é que as coisas se passaram. Sabe que estavam a discutir e quando discutiam tudo podia acontecer. Talvez ela tenha agredido primeiro a outra pessoa, já não se lembra. Mas mesmo que o tenha feito, sabe que não o poderia ter feito de forma a magoá-la, pois não tem força suficiente para o efeito. Claro que no meio de uma discussão, as agressões (verbais ou não) não são simétricas. São o que vem à cabeça. E ela sabia como desesperar qualquer pessoa. Tinha um poder de argumentação demolidor e, os outros, quando já não sabiam o que responder e estavam já exasperados, podiam fazer qualquer coisa, como bater, agredir fisicamente, às vezes mata-se nessas circunstâncias. Ela crê que as pessoas se arrependem do que fazem. Se ela se arrepende de ter discutido, como não hão-de os outros arrepender-se de magoar alguém que supostamente amam?
Continuou a andar, encaminhando-se para onde queria estar. Tocou à campainha e teve muito medo que não lhe abrissem a porta. Não saberia o que fazer se não lhe abrissem aquela porta, porque era ali que queria entrar. Demoraram muito tempo a abrir a porta. Ela fartou-se de tocar e, por fim, lá abriram a porta e ela entrou. A medo. Mas entrou. Trazia na mão o lenço com que tinha tapado o ouvido para evitar que o sangue lhe sujasse a roupa. O lenço estava cheio de sangue seco. Ela aproximou-se da pessoa que lhe tinha batido, pegou-lhe na mão direita, colocou-lhe o lenço dentro dela, fechou-lhe a mão e disse: “desculpa”. E o dia prosseguiu como se nada daquilo tivesse acontecido.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Um grito na vida: Patrice Chéreau
The night of August 24, 1572, is known as the Massacre of St. Bartholomew. In France a religious war is raging. In order to impose peace a forced wedding is arranged between Margot de Valois, sister of the immature Catholic King Charles IX, and the Hugenot King Henri of Navarre. Catherine of Medici maintains her behind-the-scenes power by ordering assaults, poisonings, and instigations to incest.
Catherine de Médicis, the power behind the Catholic throne of her son Charles IX, arranges an apparently peace-making marriage between her unwilling daughter Margot and the Protestant Henri de Navarre. The wedding soon turns into a massacre of the visiting Protestants and Henri's life is only saved by Margot's intercession. As intrigue, murder and adulterous relationships multiply in the Court a strange but strong loyalty emerges between the apparently ill-matched couple.
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