Trovão
Ontem à noite
Trovejaste dentro de mim.
Não reparei, perdida que estava na tua carne.
Só as nódoas nascidas com a luz do dia
O confirmaram.
O meu corpo fala-me do teu
E conta-me o que de ti próprio não sabes.
Gostava de estar mais presente, nesses momentos
Mas o teu corpo, o teu cheiro, os teus líquidos distraem-me
Do cenário
Que o teu trovão destrói ao iluminar as minhas marcas.
Enquanto procuramos coisas diferentes um no outro
Partilhamos o gozo, a dor e o fim para o qual combinámos
Estratégias que evitam o embaraço.
Somos inteligentes e sós. Não sabemos lidar com os outros sem a sua utilidade.
Não tenho uma imagem completa do teu corpo.
Nem tão pouco do teu rosto. Cada vez que te vejo é uma surpresa e acho-te sempre bonito, de novo.
A fragmentação dos nossos encontros permite fixar-me no que mais me agrada em nós e juntar essas partes com outras partes de outros encontros. E imaginar um céu na terra, em dias húmidos nos olhos.
Quando deixares de vir
E eu sentir a ausência absoluta do que me davas
Terei uma história preparada para me contar: fragmentos de frases
Que dizias quando te doía o corpo do nosso encontro.
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